04 março 2022

Infelizmente não há alguém pra culpar: A matemática não foi inventada por ninguém!

Ta aí uma grande decepção dos meus alunos quando respondo a grande questão: 

  Quem inventou a matemática!?!?

 Normalmente eles fazem essa pergunta quando estão muito revoltados, e não é por menos! São milênios de estudos matemáticos e desenvolvimento de teorias sobre contagem, estatística, álgebra, geometria, enfim, uma infinidade de vertentes que o aluno deve aprender na sua formação básica.
  
  E, ao responder que a matemática não foi inventada do nada eles ficam com um sentimento de tristeza, pois não há um indivíduo ou um grupo a que possam culpar.

Ela foi desenvolvida por necessidade e é aprimorada a cada novo desafio. Isso acontece desde que a humanidade, em seus povos primitivos, deixou de ser nômade para se assentar em apenas um território e fazer dele seu lar.

Existe um pequeno histórico que gosto de passar aos alunos, principalmente aos do magistério e do 6º ano, que conta um pouco sobre esse princípio. Nada muito científico, algo mais lúdico, que representa o princípio de todo esse mundo chamado MATEMÁTICA:

"Como surgiu a ideia de número?

(retirado do material da professora Neusa Aparecida Rigo Fabro)

Quando enfrentamos situações em que queremos saber "quantos", a nossa primeira atitude é contar. Imagine agora se você não soubesse contar, imagine a tua vida sem os números. Será que seria difícil de viver sem usá-los?

Mas para os homens que viveram há milhares de anos. As coisas não eram tão fáceis assim. Eles não conheciam os números, e nem sabiam contar. Então como surgiram os números? Para responder esta pergunta precisamos ter a ideia de como é que esses homens viviam, e quais eram a suas principais necessidades.

Há muito tempo, muito tempo atrás, o homem vivia em pequenos grupos, morando em grutas e cavernas para se esconder dos animais selvagens e proteger-se da chuva, do frio, dos perigos... Os caçadores para registrar os animais mortos numa caçada, se limitavam a fazer marcas em varas ou ossos de animais mortos. Naquela época, o homem se alimentava daquilo que a natureza oferecia: caça, frutos, raízes, sementes, mel, ovos...

Quando descobriu o fogo, aprendeu a cozinhar os alimentos e a proteger-se melhor contra o frio e dos animais. A escrita ainda não tinha sido criada. Para contar, e como já havia citado anteriormente, o homem fazia riscos num pedaço de madeira ou em ossos de animais. Um pescador, por exemplo, costumava levar consigo um osso de lobo. A cada peixe que conseguia tirar da água, fazia um risco no osso.

No entanto, este modo de vida foi-se modificando pouco a pouco. A procura de alimento suficiente para todos os membros de um grupo, tornava-se cada vez mais difícil à medida que a população aumentava, e a caça ia terminando. O Homem começou então a procurar, formas mais seguras e mais eficientes de atender às suas necessidades.

Foi então que, há cerca de 10.000 anos atrás, começou a cultivar plantas e criar animais, surgindo assim a agricultura, e o pastoreio (criação de animais). Os pastores de ovelhas tinham necessidades de controlar os rebanhos, precisavam saber se não faltavam ovelhas. 

  Como os pastores poderiam saber, se alguma ovelha se perdera ou, se outras se tinham juntado ao rebanho? Alguns vestígios indicam que os pastores faziam o controle de seu rebanho usando conjuntos de pedras. Ao soltar as ovelhas, o pastor separava uma pedra para cada animal que passava e guardava o monte de pedras. Quando os animais voltavam, o pastor retirava do monte uma pedra para cada ovelha que passava. 

Se Sobrassem pedras, era certo que tinha perdido ovelhas. Se faltassem pedras, saberia que o rebanho tinha aumentado.

Desta forma os pastores mantinham tudo sob controle. Uma ligação do tipo: para cada ovelha, uma pedra chama-se, em Matemática, correspondência um a um.

Fazer uma correspondência um a um é associar, a cada objeto de uma coleção um objeto de outra coleção. Como se vê, o Homem resolveu os seus primeiros problemas de cálculo usando a correspondência um a um. A correspondência um a um foi um dos passos decisivos para o surgimento da noção de número. Afinal, alguma coisa em comum existia entre o monte de pedras e o grupo de ovelhas: se a quantidade de pedras correspondia exatamente à quantidade de ovelhas, esses dois conjuntos tinham uma propriedade comum: o número de ovelhas ou pedras.

Mas, provavelmente o Homem não usou somente pedras para fazer correspondência um a um. É muito provável que ele tenha utilizado qualquer coisa que estivesse bem à mão (ossos, galhos, gravetos...) e nada estava mais à mão do que seus próprios dedos. Esse pastor jamais poderia imaginar que, milhares de anos mais tarde, haveria um ramo na Matemática chamado cálculo, que em latim quer dizer contas com pedras. Foi contando objetos com outros objetos que a humanidade começou a construir a ideia de número.

Para o homem primitivo o número cinco, por exemplo, sempre estaria ligado a alguma coisa concreta: cinco dedos, cinco peixes, cinco bastões, cinco animais, e assim por diante. A ideia de contagem estava relacionada com os dedos da mão. Assim, ao contar as ovelhas, o pastor separava as pedras em grupos de cinco. Do mesmo modo os caçadores contavam os animais abatidos, traçando riscos na madeira, ossos ou fazendo nós em uma corda, também de cinco em cinco.

Por isso, não tenha vergonha de contar nos dedos. O homem só chegou ao sucesso nos cálculos quando passou a usar os dedos para contar."

Interessante, não?

Um comentário:

  1. Ele é bem geralzão conta um pouquinho de cada parte da construção do ser humano e seu desenvolvimento, como o homem evoluiu a partir do fogo e da agricultura e se viu na necessidade de armazenar informação.
    Achei muito interessante ele falando do conceito de correspondência um a um, vejo que usamos isso quando criança no processo de aprender.

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