05 janeiro 2022

Diário de 2021 - PARTE 2

   Continuando o meu "Diário" escrito entre setembro e dezembro de 2021:

6/10/2021 - "Estava me lembrando de uma conversa muito prazeroza que tive no dia da palestra (29/09). Era sobre 'como é bom trabalhar em tal escola'.

   E aí, quando o assunto é lugar bom para trabalhar, lembro sempre da Vila da Glória. Porém, houve um ano, em 2017, que não foi tão interessante. Parecia não estar no mesmo lugar que nos anos anteriores. Foi então que me ocorreu algo:

 'Quem faz o lugar são as pessoas, suas atitudes e suas perspectivas.'

   Isso é muito importante. Um mesmo local pode se transformar em agradável ou não, tudo depende dos indivíduos que estão lá. Podemos ter uma experiência maravilhosa em um lugar, sair e voltar, e perceber que não é aquele sonho anterior. Foi uma reflexão fora de série, valeu a pena o papo!"

6/10/2021 - "No final da quarta aula de hoje briguei com uma turma. Isso sempre me deixa mal. Não por achar que estava errado, mas pelo estresse causado dentro do meu corpo.

   Aprendi com os anos, e com alguns mestres, que situações assim acontecem, mas o que fazemos à partir delas é que nos define.

   Então, após dar aquela 'mijada' neles, saí da sala e tomei um ar. Conversei com outras pessoas e isso me tirou do foco da tensão. Foi uma volta de 10 minutos, mas que fez toda diferença.

   Voltei pra turma, ainda muito chateado, com o calor do momento muito mais controlado.

   Acho que o segredo deve ser esse: AutoConhecimento!

   Saber seus limites e como se comportar a todos eles."

6/10/2021 - "No início da tarde fui a procurado por uma aluna que, aos prantos, disse ter encontrado uma carta 'suicida' no material de seu colega a alguns dias. Realmente a situação foi muito desconfortável. A menina queria um conselho sobre o que fazer.

   Encontramos a carta e mostramos para a diretora e para a orientadora e elas comentaram que poderia ser algo para que ele se 'faça notar'. Não posso dizer que concordo com elas, mas naquela situação o que está em jogo não é só o escritor da carta, mas o bem estar da menina.

   Conversei bastante com ela sobre o assunto. Comentei sobre meu aprendizado na compreensão do suicídio ser uma escolha desesperada. Lógico que devemos nos preocupar, principalmente quando é sobre alguém que amamos, mas. sobretudo, devemos cuidar de nossa própria saúde física e mental.

   Devemos ter a certeza de ter feito o possível e deixar o impossível nas mãos de Deus. Após conversarmos bastante, buscamos ajuda para o rapaz.

   Devemos nos preocupar com todos e, naquela situação, não podemos deixar de nos preocupar com essa jovem adolescente. Essa é uma carga muito pesada para pouca vivência."

CONTINUA...

Um comentário:

  1. Com frequência me encontro nessa posição de professor psicólogo, pai ou amigo conselheiro.
    Sendo professor de Educação Física, os meus olhos durante as atividades percorrem todo o corpo dos alunos e não são raros os "bilhetes" que encontro escritos sem tinta e com "caligrafia que não se lê".
    Cortes, hematomas ou as vezes um simples caminhar diferente já acendem alertas e são para mim convites a uma conversa informal assim como foi a você a procura desta amiga da aluna.
    Parabéns Alberto, continue esse seu registro de suas memórias. Verás que mesmo sendo o "doido da matemática" que grita sexta feira, nós temos um poder de enxergar além do que está escrito.

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