Nossa vida é uma construção contínua de passado.
Por vezes, construímos nossa passagem com um presente feliz, realizado e muito encantador! Essa construção se dá por pessoas, lugares, situações e sentimentos momentâneos, que armazenam em nosso coração memórias de períodos que se tornam satisfatoriamente felizes.
E aí está o perigo!
O que aconteceu no passado edifica nosso presente e vislumbra o futuro.
Porém...
Na maioria das vezes o que foi construído não existe mais, pois se tratava de um conjunto de "coisas".
Não apenas um lugar ou uma rotina. Um conjunto de lugares e rotinas com pessoas e envolvimentos que foram desconstruídos com o passar do tempo.
E não estamos falando de décadas ou séculos.
O passado se desconstrói em dias, minutos ou segundos. Basta modificar apenas uma variável.
E aí que nosso cérebro nos prega uma peça enorme.
Quando passamos por alguma situação que remonta esse tempo gostoso ele nos faz revivê-lo e, na maioria das vezes, acreditar que isso seria possível de reviver.
Uma baita armadilha chamada "NOSTALGIA".
Ela propriamente dita não prega peças. Quem se torna vilão é, novamente, nossa imaginação que, tão fidelizada à sensação de alegria e satisfação, crava em nós um eterno "quero voltar a esse tempo".
Não que seja de todo ruim, mas viver de passado nos impede de criar novos caminhos e perspectivas.
Podemos sim usar a nostalgia para celebrar o passado, mas construindo o presente.
Essa prática faz com que consigamos construir nosso futuro com as memórias passadas e não apenas revivê-las sem um panorama completo, ou seja, sem compreender que aquele momento não existe mais e, muito provavelmente, não vai ser reconstruído, pois seu momento já passou.
Cabe a cada um a construção de momentos nostálgicos a cada novo dia, a cada nova oportunidade!
Alberto Neto